sexta-feira, 21 de novembro de 2014

SOMOS DEUSES
 Patrícia Borges
Todos os dias somos surpreendidos com o milagre da vida em toda a sua exuberância a nos envolver completamente com suas cores e sons. A experiência do despertar consciencial aprimora nossa sensibilidade a ponto atingirmos o ápice da alegria pelo simples sibilar do vento matinal que soa aos nossos ouvidos como uma bela canção qual uma saudação de bom dia. E o sol acolhedor, mesmo a kilometros de distância, consegue sensibilizar nossa glândula pineal ativando hormônios específicos para que comecemos as tarefas do dia. Gosto de ouvir meu corpo e cada vez me surpreendo sobre o modo como ele reage a essas influências naturais e percebo que estamos imersos num universo repleto de elementos que interagem com nosso universo pessoal. Sim, pois cada um de nós se constitui num universo em miniatura cujo cérebro, conectado à consciência mor ou espírito segue no comando de toda a nossa fisiologia mantendo a harmonia dos batimentos cardíacos e de todos os sistemas corporais. Cada átomo e cada célula podem ser comparados como seres inteligentes, porque de fato o são, que habitam este nosso universo pessoal. Dentro deste universo somos deuses, somos senhores de todo este mecanismo intricado de proteínas, enzimas, hormônios, glândulas e tudo o mais que compõe a máquina orgânica que nos abriga neste mundo. Assim como reagimos às influências do universo cósmico, nosso corpo também reage sob os comandos de nossa mente espiritual. Daí eu sempre me pergunto que tipo de deus estou sendo para esses bilhões de átomos, células e bactérias que estão sob minha tutela neste exato momento. Manter um organismo em perfeitas condições não tem sido fácil para muitos porque lhes falta a percepção do potencial divino que possuímos. “ Vós sois deuses”... estas palavras do Cristo nos assegura esta condição, mas fazemos pouco caso desta verdade por condicionamentos culturais e religiosos. Somos senhores de nosso universo pessoal e tudo de bom ou de ruim que lhe acontece é de nossa inteira responsabilidade. O cultivo de bons sentimentos aliados à maturidade espiritual favorecem o bom funcionamento de nossas funções orgânicas. Do contrário, a guerra será a resposta aos vários desmandos da mente em desalinho. Cânceres, dores, mau - estar, náuseas, anemia, bronquite, asma, etc... não são castigos. São consequências da má gestão de nossa personalidade. Nosso corpo possui um alto poder de regeneração, nosso sistema imunológico é perfeito. É nosso exército que nos mantêm protegidos contra todo o tipo de invasão exterior, mas não é mais poderoso do que nossa mente. A eficiência deste exército depende de equilíbrio mental. Daí a importância da vigilância dos pensamentos ser tão importante para nosso equilíbrio. O corpo detesta tristeza. O sistema imunológico reage muito mal à tristeza e à depressão, pois enfraquece nossas defesas naturais nos deixando mais suscetíveis a ação de agentes patológicos. Sentimentos como inveja, ciúmes, raiva, ódio, vingança são venenos poderosíssimos que bloqueiam nossa mente e enfraquece nosso senso de percepção das boas influências superiores e nos adoecem. É sabido que tais sentimentos atraem sentimentos de mesmo teor que se encontram nos ares alimentados por outras consciências semelhantes e que acabamos atraindo pela lei de afinidade. Saúde e felicidade são os bens mais desejados pela humanidade, no entanto há um preço a se pagar por elas. São conquistas amealhadas com muito esforço. São frutos de um trabalho de desenvolvimento moral, ético e disciplinar. Requer planejamento, foco e trabalho. Muito trabalho. Há um ditado que diz: “ Não há doenças e sim doentes”e as doenças físicas são repercussões de uma mente doente. Como diziam os gregos: “Mente sã, corpo são”. Portanto, nada de novo foi dito neste texto. Apenas trouxe à tona conhecimentos milenares que se perdem na noite dos tempos, mas que ainda é desconhecido por muitos. Quando um ser humano toma as rédeas de seu próprio desenvolvimento ele começa a atrair toda a sorte de boas consequências que podem advir deste gesto. Saúde, paz, felicidade... Ele se torna magnético porque começa a emitir boas energias e conquista respeito, simpatia e amor de outras pessoas. Ele simplesmente se transforma em um ser de luz e a luz atrai todos os olhares. Ele se torna gigante dentro de seu próprio universo.
AUTORRELACIONAMENTO E AUTOCONHECIMENTO

Patrícia Borges

O caminho da senda espiritual não é para todos. É para quem está disposto a implementar uma viagem rumo ao centro de seu próprio universo interior. Certamente há de se compreender que trata-se de uma jornada árdua e solitária pelos escaninhos mais complexos e secretos da consciência. É uma aventura que começa com o autorrelacionamento. É uma busca por si mesmo, pelas suas raízes ancestrais construídas ao longo de milênios. É um trabalho de lapidação interior pautada na verticalização dos conhecimentos acumulados e que agora surgem como uma força poderosa de transformação. Abrigamos tesouros secretos que precisam ser descobertos. Somos uma fonte inesgotável de sabedoria, trazemos registrado em nossa essência a história do próprio universo, no entanto esta herança não pode ser alcançada por conta de nossa inércia evolutiva. Hoje passamos dos sete bilhões de seres humanos dividindo o mesmo espaço físico. A tecnologia nos aproximou quebrando barreiras étnicas e culturais e o grande paradoxo de tudo isso é que nunca em toda a história tivemos a necessidade de estar tão sozinhos como agora. O ruído das informações instantâneas, a correria do dia a dia e as interações de todo o tipo nos faz perceber que há uma energia que nos conecta uns com os outros, mas as redes de interações ou conexões são construídas por seres que possuem uma individualidade bem peculiar. A grande questão que paira sobre nossas cabeças neste momento é: Quem sou eu nesta rede de relações? Qual é o meu papel em todo este contexto cósmico? Estas interrogações serão respondidas quando focarmos nossa atenção para dentro de nosso universo pessoal. Para muitos a jornada começa com o despertar consciencial, porém é impossível determinar quando este despertar consciencial se inicia. O fato é que a magia deste despertar nos reveste em um casulo que vai nos proporcionando uma metamorfose lenta e solitária. De repente a solidão passa a ser uma necessidade imprescindível neste processo. Não falo da solidão patológica desprovida de fundamento e que nos arrasta para o precipício da depressão. Refiro-me àquela solidão ascética que nos dá uma sensação de plenitude, de paz e de contentamento. O autorrelacionamento, neste caso, configura-se num estilo de vida produtivo, rico em descobertas e de aprendizado que nos congrega num espírito de fraternidade aonde os rótulos deixam de fazer sentido e passamos a olhar o outro como extensão de nosso próprio ser. Agora faz todo sentido quando Jesus fala que só é possível amar ao próximo quando primeiramente praticarmos o auto amor. O autoconhecimento é a chave para todos os mistérios do universo porque ele nos coloca como protagonistas de nossa própria história. Ele levanta o véu das ilusões que ofuscam nossos sentidos mais primitivos e nos faz enxergar além das sombras da caverna de nossos instintos. A vivência no casulo do autorrelacionamento também tem data de validade. Certamente chegará o dia em que a metamorfose se completará e voaremos livres e leves rumo a um novo estágio de trabalho e de mais transformações que culminarão na revelação de nossa verdadeira identidade cósmica. Patrícia Borges.